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terça-feira, 26 de julho de 2011

Catadores se expõem a riscos no Lixão

Foto: Fabiana Cortez
Sem proteção adequada, cerca de 20 famílias de Rolim de Moura se expõem diariamente ao risco de contaminação de doenças no Lixão Municipal, localizado na Linha 180, km 01, nas atividades de reciclagem. Na tarde de quinta-feira (21-07), o cenário do Lixão era uma grande nuvem de fumaça tóxica e alguns trabalhadores coletando os materiais recicláveis em meio uma área queimada.
Sol, objetos cortantes e muita fumaça são alguns dos ímpetos enfrentados pelos trabalhadores para conseguir um meio de sobrevivência. Hailton Rodrigues de Oliveira, 36 anos, há quase 10 anos trabalhando naquela área, explica o que é separado para reciclagem e como funciona a atividade. “Iniciei em 06 de junho de 2002, quando fui convidado pela prefeitura para cuidar da área, porém fiquei esquecido por aqui, então decidi transformar o lixo em renda, iniciando o trabalho de reciclagem. Aos poucos outras pessoas foram chegando e ficando, resultando nesta quantia de catadores. Nós separamos os plásticos, alumínio e ferro, o restante acaba sendo queimado”, esclarece o catador, que utiliza luvas de plástico e botas para se proteger dos riscos. Ele reconhece que somente esses materiais não são suficientes para protegê-lo, mesmo assim continua atuando para conseguir tirar cerca de R$700 por mês, dinheiro que serve para alimentar os três filhos, ambos em idade escolar, e ele mesmo.
Hailton revelou ainda que cada tipo de material tem seu valor e que uma vez por semana uma empresa de reciclagem do município de Cacoal se desloca até o Lixão para comprar plásticos, que são divididos em duas categorias, filme (que são as sacolas plásticas) e pet. “A gente deixa tudo separado, pronto pra coleta. Cada catador tem o seu cantinho para recolher e aguardar a chegada do caminhão de Cacoal”, explana ele. Segundo o catador, a empresa transforma a matéria em canos de PVC. O quilo do material custa em torno de R$0,30.
Ana Maria de Oliveira, 32 anos, catadora de lixo juntamente com seu marido, contou à equipe do Diário que se desloca do bairro em que mora (Planalto) duas vezes ao dia para trabalhar no Lixão, mas que a alternativa era mais vantajosa do que trabalhar como empregada doméstica. “Achei que aqui seria uma boa opção, pois financeiramente é mais rentável. Como empregada doméstica tiraria menos de R$500, aqui eu consigo muito mais. Dá pra pagar minhas continhas sem problema”, conta ela com um sorriso no rosto. Para Ana, o único ponto que a magoa é que suas filhas sentem vergonha da atividade dos pais. “Tenho duas meninas, uma com 16 anos e a outra com 13, elas estudam no Cândido Portinari (centro) e não revelam pra ninguém a nossa profissão, queria que tivesse orgulho, mas o importante é que estão estudando pra ser alguém na vida”, desabafa.
Segundo informações dos catadores, o caminhão da prefeitura despeja lixo quatro vezes ao dia, sendo duas caçambas pela manhã e o restante no fim da tarde. Fora os plásticos, o alumínio e o ferro são vendidos em ferros velhos da cidade, por volta de R$0,20 o quilo. O papel continua sem destino reciclável, por fim acaba sendo queimado.
Em relação ao Aterro Sanitário, o mesmo já tem uma área comprada pela prefeitura, mas o projeto ainda não saiu do papel.
Fabiana Cortez/ Diário da Amazônia/ Rolim de Moura

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