Seu Canal de Notícias no Cone Sul de Rondônia

Seu Canal de Notícias no Cone Sul de Rondônia

Pages

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Moradores correm o risco de serem despejados

O Bom Jardim, considerado um dos bairros mais carentes do município de Rolim de Moura, originado de uma invasão em 1988, é visto como um local de gente humilde e batalhadora, com casas simples e pouca infraestrutura. Nos últimos dias a comunidade tem roubado a cena no município, com quase 20 famílias sendo ameaçadas de despejo, em consequencia de seus lares estarem comprometidos.
As dificuldades começaram a aparecer após a Defesa Civil ter condenado 24 casas em situação de risco emergente, sendo que 16 delas ainda contendo famílias dentro, além de outras 226 residências. O fato tem tirado o sono de muita gente, entre elas o de dona Geralda Souza Cunha, 63 anos, que se nega a sair dali, pois se mudou para casa onde mora, na Rua Jacarandá, no início da década de 90, após o falecimento de seu marido. “Não tinha para onde ir e daí me deram esta casa, lugar que cuidei dos meus oito filhos. Ia todo dia trabalhar na roça pra conseguir comprar o que comer para as crianças, que ficavam o dia inteiro sozinhas. Minha vida inteira trabalhei pra sobreviver e agora querem me tirar a única coisa que eu tenho, o meu lar”, desabafou Geralda, bastante abalada.
Entre as casas condenadas, o Diário visitou também a de Léia Rosa, localizada na Avenida 07 de Setembro, sendo visivelmente constatada uma grande rachadura na estrutura da mesma. Segundo ela, não há possibilidade de deixarem o local, mesmo com a ajuda de aluguel, uma vez que a casa foi adquirida com o suor do trabalho de sua família. “Não vamos sair daqui nem amarrados. Só Deus sabe o quanto sofremos para comprar essa casa e não vai ser o problema com a rachadura que vai tirar a gente daqui”, disse ela desolada ao lado do pequeno Lucas – seu filho, informando que seu marido passou a tarde toda dessa terça-feira buscando alternativas para conseguir um dinheiro com o propósito de tentar sanar o problema.
alternativas
Na ultima semana, alguns órgãos do Município se reuniram com o Corpo de Bombeiros, vereadores e com os moradores do Bom Jardim, além do presidente da Associação de Moradores do Bairro - José Aparecido Roque, conhecido como Borracha, para tratarem do destino dessas famílias que estão sendo obrigadas a deixarem suas casas. De acordo com o que foi discutido na reunião, o Ministério Público determinou ao Município o pagamento das despesas com aluguel, no valor de R$300, pelo período de seis meses, ato que tem sido repudiado por grande parte dos afetados.
De acordo com a secretária municipal de Ação Comunitária, Ana Maria Ferraz, sua pasta iniciou nesta semana o cadastramento de todas as famílias em estado crítico de moradia, para que os mesmos consigam se encaixar em um programa federal de habitação, como no programa Minha Casa Minha Vida 2, que deverá ser analisado atentamente pela Caixa Econômica Federal. Enquanto aguardam uma resposta, os moradores continuarão em seus lares, convivendo com o medo de serem despejados a qualquer instante.
Fabiana Cortez/ Diário da Amazônia/ Rolim de Moura

0 comentários:

Postar um comentário