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quarta-feira, 21 de março de 2012

Cesariana lidera ranking de partos

(Por Fabiana Cortez)
A falta de informação, aliada ao comodismo de não desejar sentir dor, tem levado centenas de parturientes a optar pelo parto cesárea no Hospital Municipal (HM) Amélio João da Silva, em Rolim de Moura. Em um balanço realizado no setor obstetrício do HM, foi revelado que a cada 10 partos realizados no local, geralmente dois são normais, ou seja, pela via vaginal.
De acordo com o médico Adegildo Aristides, a contínua busca por intervenções cirúrgicas no momento do nascimento é um reflexo das falhas encontradas no Sistema Público de Saúde. Ele conta que o crescimento na procura por cesárea acontece porque os próprios também médicos falham no aconselhamento das mães durante o pré-natal. “Mesmo que elas façam o acompanhamento, muitos médicos não se atentam à importância do aconselhamento sobre o benefício do parto normal, parte porque é mais rápido realizar um nascimento cesárea ou por não querer interferir na decisão da mãe”, enalteceu.
Segundo o médico, apesar de existirem estudos que apresentem o benefício de um parto normal, a ausência de conhecimento ou a própria cultura de buscar o que superficialmente parece ser melhor também faz com que dezenas de gestantes não tomem os devidos cuidados durante o pré-natal, envolvendo o momento do nascimento num campo crítico, que também implica na necessidade de fazer um parto cesárea.
Para a paciente Kelly Cristina Queiroz (24), que está prestes a dar a luz ao primeiro filho, uma menina que se chamará Catarina Geovana, preservar o nascimento da forma natural, referindo-se ao parto normal, é o seu anseio. “Desde o momento em que soube que está grávida comecei a fazer o pré-natal no posto de saúde Centro-Norte, atentando-se aos cuidados determinados pelo médico para ter uma gestação saudável e sem surpresas. O meu desejo é que a minha filha nasça de maneira normal, mas caso não seja possível, ai sim me sujeitarei à cesariana”, contou.
No HM de Rolim de Moura, a vice-diretora, Iraci Lima, revelou que atualmente há cinco médicos especialistas que se revezam nos atendimentos obstetrícios, que ocorrem entorno de cinco a dez por dia, chegando a ocorrer até 13 partos em um só dia. “Por se tratar de uma cidade pólo da Zona da Mata, hoje o Hospital não se limita apenas ao atendimento à pacientes de Rolim de Moura, que atraídos à estrutura do HM tem prestado atendimento para moradores das cidades vizinhas”, explicou.
De acordo com o secretário Municipal de Saúde, Roberto Diniz, no ano passado foram registrados Hospital Municipal 1.476 partos, sendo apenas 20% normal, o que segundo Diniz se opõe à recomendação da Organização Mundial da Saúde, que propõe que apenas 15% dos partos sejam cesarianas.
Segundo declarações do Ministério da Saúde, os benefícios do parto normal são inúmeros e vão desde a recuperação da mulher ao risco de infecção hospitalar até a melhora do sistema respiratório da criança e o vínculo entre mãe e filho. Há também a incidência de morte materna associada à cesariana que pode ser três vezes maior do que ao optar pelo parto normal.

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